18.12.06

Tristes são os sonhos que guardo para mim. Porque neles encerro quem sou. Porque a todos não mostro o que neles encerro. Às vezes queria plantar sonhos e fazê-los nascer como nascem as ervas daninhas. Mas os sonhos são coisa rara. Os sonhos escrevem-se a lápis, nunca a tinta. Isso é ruim. Os sonhos deviam ser escritos a tinta. Daquela tinta que não sai e fica sempre gravada no lugar dos sonhos. Leva-me ao lugar dos sonhos. Levo sim. Agarra a minha mão e vamos ao lugar dos sonhos, onde os sonhos se plantam e crescem como ervas daninhas e se escrevem a tinta permanente.

(As palavras nunca parecem demais para preencher o branco da folha. O ritmo da caneta parece-me bem. Escrever é belo e é bom. Mas às vezes uma palavra a mais, faz-nos pensar, devia parar por aqui. Eu paro. Talvez pare por aqui, mas aqui…sim aqui dentro, não paro.)

8 comentários:

Anónimo disse...

"na terra dos sonhos podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal"...
ainda bem que existem sonhos escritos a lápis que são apagados. aqueles sonhos que nos fazem ter medo e esconder debaixo dos cobertores...

Anónimo disse...

Há sonhos maus. E esses não se guardam. Remetem-se para o o mais recôndito do nosso cérebro e esquecemo-nos deles lá... E há sonhos bons. E esses devemos guardá-los numa caixinha com pétalas de flores perfumadas, envoltos em papel de seda, prontos a ser manuseados, cheirados, acarinhados...

Sara Morgado disse...

Quando li o texto, também me lembrei da canção do Jorge Palma :)

Os sonhos podem ser escritos a tinta permanente e não nascerem como ervas daninhas. Podem nascer bem e ser melhor.
O que faz parecer que os sonhos são escritos a lápis é a realidade que os mata.

(Aí dentro, não pares nunca.)

Anónimo disse...

"Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."

Portanto continua a sonhar! sonhar faz bem!

beijos arroxeados!

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

Se eu tenho uns posts no meu blog que são todos catitas... eu vou e venho!

Ouve lá, priminha, tou sem palavras para te explicar o que acabei de ler no teu blog!

Mas aqui o Poeta Acácio tem uma palavrinha a dizer sobre os sonhos... quer dizer... duas ou mais. Deixa cá puxar a veia poética para fora, e dar uma dose cavalar e também poética a esta malta toda.

Ora cá vai...

Os sonhos são o TUDO e o NADA. Quando à noite nos deitamos, acreditamos que ao fechar os olhos, os sonhos nos vão devorar e levaer para um sitio na nossa imaginação. De facto é verdade. Fechamos os olhos e confiámos na imaginação, como se de uma pessoa que gostámos se tratasse. Ela leva-nos, por vezes, a lugares inimagináveis e horrendos, como se de uma partida se tratasse. Esses lugares são simplesmente os nossos medos, os nossos recalcamentos. É isso que o NADA deve ser, um simples lugar que se quisermos e acreditarmos um dia desaparece e ao qual não devemos dar valor.

Outras vezes, é capaz de nos levar a paraísos escondidos na nossa mente, onde a coisa mais impossível é linda. Isso é o TUDO sem ‘deve ser’, sem mais nada. É nestes sonhos que encontramos a segurança e em que nos sentimos os maiores.

Quando acordamos, temos um desejo: de que, um dia, esse TUDO se realizará, e que deixará o paraíso das ilusões para se tornar na realidade mais verdadeira e possível.

Por isso, continuem a sonhar, a acreditar nos que é bom, naquilo que realmente importa – O TUDO!!!

Obrigado, Obrigado! São 100 paus dos novos.

Beijinhos Sofia deste ganda maluco Pedro!

TENHO DITO

Anónimo disse...

Pega nesses sonhos escritos a lápis e guarda-os no bolço. Esconde-os do tempo que os apaga e os torna mais difusos a pouco e pouco. Ainda que sejam maravilhosos pensamentos, eles pertencem a esse lugar dos sonhos.
Traz o lugar dos sonhos a ti.*