22.10.08

4.10.08


Há dias em que por vezes a saudade aperta. Os momentos ficam presos em nós e não saem tão cedo. Há manhãs que depois de acontecerem, mudam para sempre a vida de alguém. Aquelas manhãs em que obtemos a resolução de uma vida, uma decisão. Eu sei que hoje, isso não vai acontecer sem que algo aconteça primeiro. Esta manhã está longe dessa. Está longe de ser a manhã com que toda a gente acorda a desejar. Aquela que se vê em sonhos e se espera no dia seguinte. Aquela manhã em que os nossos sonhos ainda existem e a realidade não passa de um sonho. Hoje acordei por entre os lençóis amolgados, como carros num acidente, e os olhos ainda viram o que viram em sonhos, ainda o sentem, e a imagem daquele ainda aparece delineada no escuro, como marcas na pele.
Esta manhã não é uma daquelas que muda a vida de uma pessoa. O sol aparece em intervalos curtos, o frio sente-se anunciando a morte do verão. Esta manhã é só uma saudade que aperta o peito. Uma saudade de mim. Uma saudade de tudo.