Tristes são os sonhos que guardo para mim. Porque neles encerro quem sou. Porque a todos não mostro o que neles encerro. Às vezes queria plantar sonhos e fazê-los nascer como nascem as ervas daninhas. Mas os sonhos são coisa rara. Os sonhos escrevem-se a lápis, nunca a tinta. Isso é ruim. Os sonhos deviam ser escritos a tinta. Daquela tinta que não sai e fica sempre gravada no lugar dos sonhos. Leva-me ao lugar dos sonhos. Levo sim. Agarra a minha mão e vamos ao lugar dos sonhos, onde os sonhos se plantam e crescem como ervas daninhas e se escrevem a tinta permanente.
(As palavras nunca parecem demais para preencher o branco da folha. O ritmo da caneta parece-me bem. Escrever é belo e é bom. Mas às vezes uma palavra a mais, faz-nos pensar, devia parar por aqui. Eu paro. Talvez pare por aqui, mas aqui…sim aqui dentro, não paro.)
8 comentários:
"na terra dos sonhos podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal"...
ainda bem que existem sonhos escritos a lápis que são apagados. aqueles sonhos que nos fazem ter medo e esconder debaixo dos cobertores...
Há sonhos maus. E esses não se guardam. Remetem-se para o o mais recôndito do nosso cérebro e esquecemo-nos deles lá... E há sonhos bons. E esses devemos guardá-los numa caixinha com pétalas de flores perfumadas, envoltos em papel de seda, prontos a ser manuseados, cheirados, acarinhados...
Quando li o texto, também me lembrei da canção do Jorge Palma :)
Os sonhos podem ser escritos a tinta permanente e não nascerem como ervas daninhas. Podem nascer bem e ser melhor.
O que faz parecer que os sonhos são escritos a lápis é a realidade que os mata.
(Aí dentro, não pares nunca.)
"Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."
Portanto continua a sonhar! sonhar faz bem!
beijos arroxeados!
Se eu tenho uns posts no meu blog que são todos catitas... eu vou e venho!
Ouve lá, priminha, tou sem palavras para te explicar o que acabei de ler no teu blog!
Mas aqui o Poeta Acácio tem uma palavrinha a dizer sobre os sonhos... quer dizer... duas ou mais. Deixa cá puxar a veia poética para fora, e dar uma dose cavalar e também poética a esta malta toda.
Ora cá vai...
Os sonhos são o TUDO e o NADA. Quando à noite nos deitamos, acreditamos que ao fechar os olhos, os sonhos nos vão devorar e levaer para um sitio na nossa imaginação. De facto é verdade. Fechamos os olhos e confiámos na imaginação, como se de uma pessoa que gostámos se tratasse. Ela leva-nos, por vezes, a lugares inimagináveis e horrendos, como se de uma partida se tratasse. Esses lugares são simplesmente os nossos medos, os nossos recalcamentos. É isso que o NADA deve ser, um simples lugar que se quisermos e acreditarmos um dia desaparece e ao qual não devemos dar valor.
Outras vezes, é capaz de nos levar a paraísos escondidos na nossa mente, onde a coisa mais impossível é linda. Isso é o TUDO sem ‘deve ser’, sem mais nada. É nestes sonhos que encontramos a segurança e em que nos sentimos os maiores.
Quando acordamos, temos um desejo: de que, um dia, esse TUDO se realizará, e que deixará o paraíso das ilusões para se tornar na realidade mais verdadeira e possível.
Por isso, continuem a sonhar, a acreditar nos que é bom, naquilo que realmente importa – O TUDO!!!
Obrigado, Obrigado! São 100 paus dos novos.
Beijinhos Sofia deste ganda maluco Pedro!
TENHO DITO
Pega nesses sonhos escritos a lápis e guarda-os no bolço. Esconde-os do tempo que os apaga e os torna mais difusos a pouco e pouco. Ainda que sejam maravilhosos pensamentos, eles pertencem a esse lugar dos sonhos.
Traz o lugar dos sonhos a ti.*
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